Profª Fernanda Ottoni
“A Origem do Meu Nome”
Completando quatro anos de um casamento ainda sem filhos, as coisas já não
estavam tão boas para meus pais. Como as duas famílias são “tradicionais”, os
patriarcas esperavam que logo a união teria frutos, os primeiros da nova
geração das duas famílias. No entanto, o par não conseguia engravidar. Em 1979,
morando sozinhos no Rio de Janeiro, longe da família paulistana e de sua
pressão por filhos, o casal finalmente recebe a boa notícia: um bebê está a
caminho. Empolgados, contam a novidade aos futuros avós e tios. Com isso,
começam as especulações sobre o sexo do neto primogênito – certamente uma
menina, dizem os “especialistas”. Confiante de que seria um filho, minha mãe
imaginava qual seria o nome de seu menino. Antes de ter um nome, eu já possuía
uma alcunha: “o poeta”. A inspiração para o meu nome viria da terra de Morfeu.
Apesar de meus pais seguirem o Espiritismo e isso já dar margem para suposições
da real origem – o que não pode ser questionado, já que os sonhos são fruto da
atividade do subconsciente do ser humano –, André Luis veio da repetida
aparição durante o sono de minha mãe e contrariou a todas as expectativas
familiares.
A relação entre o nome escolhido e o seu significado etimológico pouco tem
valor. Na verdade, são duas coisas distintas, já que de racional a opção por
André Luis não tem nada. Derivado de “Ándreas”, de origem grega, meu primeiro
nome faz menção à virilidade e à força quem o carrega. O título que vem logo em
seguida, Luis, tem origem um pouco mais obscura, germânica e oriunda de uma
variação que o tempo não soube explicar. Seu semelhante aproximado seria
“Ludwig”, comum na Alemanha atual. “Luis” batizou reis e tem sentido de
guerreiro, lutador. Devo dizer que o resultado simbólico de André Luis não é
dos piores, considerando minha história de vida e o que já superei até o
momento presente.
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